O movimento Outubro Rosa surgiu na década de 1990 com o objetivo de alertar a sociedade quanto a importância da detecção precoce do câncer de mama, que é um dos tipos de câncer que mais acomete mulheres no Brasil e no mundo, correspondendo a 25% dos novos casos de câncer por ano, conforme o INCA.
A doença é mais comum a partir dos 35 anos e com o avançar da idade o risco cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. Os homens também podem ser acometidos pelo câncer de mama, de forma mais rara, representando apenas 1% do total de casos da doença.
O aumento dos casos de câncer de mama fez o movimento ganhar força no decorrer dos anos e a cor rosa é utilizada durante todo o mês de outubro em várias cidades do mundo para chamar a atenção da sociedade para a causa.
SOBRE O C NCER DE MAMA
O que é o câncer de mama?
É o tipo de câncer mais frequente nas mulheres. Ocorre um desenvolvimento anormal das células da mama, que multiplicam-se repetidamente até formarem um tumor maligno.
O câncer de mama tem cura?
Sim. Quanto mais cedo ele for diagnosticado, melhores serão os resultados e maiores são as chances de cura.
Fatores de risco para o câncer de mama
Idade avançada
Menarca precoce (primeira menstruação antes dos 12 anos de idade)
Menopausa tardia (última menstruação após os 50 anos)
Gravidez após os 30 anos
Histórico familiar (parente de primeiro grau com a doença
Ingestão regular de álcool (mesmo em quantidade moderada)
Não ter tido filhos
Obesidade
Dieta rica em gordura
Sinais anormais que você deve ter atenção
Qualquer deformação ou alteração no contorno natural da mama
Qualquer retração ou desvio do mamilo
Qualquer saliência da pele ou mama
Vermelhidão e/ou descamação em torno do mamilo ou da auréola
Perda de sangue pelo mamilo
Qualquer nódulo ou caroço duro na mama ou na axila
COMO PREVENIR O C NCER DE MAMA?
A prevenção do câncer de mama começa com o autoexame, que a própria mulher deve fazer mensalmente a partir dos 20 anos de idade, apalpando as mamas. Ele deve ser feito entre o quarto e o sexto dia depois do fim do fluxo menstrual. As mulheres que não menstruam devem escolher uma data para fazer a avaliação. É importante ficar atenta a sinais e sintomas como:
Nódulos palpáveis na mama ou região das axilas;
Alterações na pele que recobre o local do nódulo;
Região da mama com aspecto parecido a uma casca de laranja;
Saída de secreção.
Além do autoexame, é importante que mulheres acima de 50 anos realizem a mamografia de rastreamento, mesmo sem perceber nenhum sinal ou sintoma. Esse é o único exame que permite descobrir o tumor em sua fase inicial, em que a probabilidade de cura é 95%.
Alguns hábitos também ajudam a reduzir os fatores de risco para o câncer de mama em até 28%. São eles:
Praticar exercícios físicos;
Alimentar-se de forma saudável;
Manter o peso corporal adequado;
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
Amamentar;
Usar hormônios sintéticos apenas com prescrição médica.
Estratégias para detecção precoce do câncer de mama
Exame clínico das mamas – deve ser realizado anualmente por médicos ou enfermeiros
Mamografia diagnóstica – exame anual a partir de 40 anos e, para mulheres com história de câncer de mama na família (mãe, filha e/ou irmã), a partir de 35 anos de idade
Mamografia de rastreio – exame realizado em uma população aparentemente saudável, com o objetivo é identificar lesões sugestivas de câncer e, a partir daí, encaminhar as mulheres com resultados alterados para investigação diagnóstica e tratamento. É realizado como parte de programas de rastreamento. No caso do SUS, o Ministério da Saúde estipula que o exame seja feito em mulheres com idade de 50 a 69 anos.
Tratando o câncer de mama
O tratamento depende do tipo de tumor e também do estágio de cada doença. Para cada tipo de câncer de mama haverá um tratamento específico. Formas de tratamento: Cirurgia, Radioterapia, Quimioterapia e/ou Hormonioterapia.
A mamografia é o principal método diagnóstico para detectar precocemente o câncer de mama. Visite regularmente um médico especialista.
A mamografia é o exame mais usado no rastreamento do câncer de mama. Sem ela, a paciente fica à mercê do achado ocasional de um nódulo endurecido e indolor — o qual só é perceptível quando a lesão atinge de 2 a 3 cm. Como se sabe, uma vez que as dimensões do tumor estão, diretamente, relacionadas aos índices de cura, o diagnóstico precoce é essencial.
depoimentos
Jaqueline Chagas, 40 anos, técnica em contabilidade
Fui diagnosticada com câncer mama dia 4 de março de 2016. Chorei muito e pensei "meu Deus, vou morrer e só tenho 35 anos". Eu só pensava na minha mãe. Meu câncer era grau 3 localmente avançado. Eu só me questionava "por que eu, meu Deus?", é o que todas nós questionamos. Iniciei tratamento com oito sessões quimioterapia, e em março 2017 fiz a cirurgia para retirada do peito.
Sofri muito com tratamento, tive todas sequelas possíveis, até queimaduras grau 3 por causa da radioterapia. Sentia meu corpo muito fraco. Todos os dias eu achava que seria o meu último. Hoje estou bem, vivo com algumas sequelas, mas sou grata a Deus.
Jussara Miranda, 49 anos, pedagoga e bombeira
Fui diagnosticada em 2017 (carcinoma ductal invasivo) após perceber nódulo na mama, que à priori acreditei ser nódulo de leite, pois estava amamentando. Procurei o serviço médico e confirmei a doença. A médica abriu o exame e perguntou se tinha visto o resultado. Disse que não e com tristeza ela respondeu que infelizmente o diagnostico deu positivo para câncer. Respirei e perguntei: "O que vamos fazer agora para cuidar deste problema?". Ela me encaminhou para alguns exames. Fui ver minha mãe e contei para ela. Muito sábia, ela me disse que resolveríamos e que tudo daria certo. A partir daí me agarrei na esperança e fui para minha peregrinação.
O diagnostico foi em outubro e iniciei a quimioterapia em dezembro. Em junho do ano seguinte fiz a quadrantectomia (cirurgia que só remove um quarto da mama para a retirada do tumor) com simetria de ambas as mamas. Em julho iniciei a radioterapia e por opção para complementar o tratamento fiz quimioterapia oral. Atualmente sou acompanhada trimestralmente pelo serviço oncológico.
A cura foi um presente de aniversário em setembro de 2019